Oswald de Andrade no Som e Sentido


Na próxima terça, dia 10, às 18h45, é a vez de Oswald de Andrade no Som & Sentido. O encontro será realizado na Arena do Prédio 8, da PUCRS.

Poeta, romancista e dramaturgo, Oswald de Andrade nasceu em São Paulo em 11 de janeiro de 1890, e sua contribuição para a literatura brasileira é inquestionável. Saiba mais sobre o autor, clicando aqui.

Poesias selecionadas para o encontro:

Manifesto Antropófago

(Revista de Antropofagia, maio de 1928)

SÓ A ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

escola berlites

(Pau-Brasil, 1926)

Todos os alunos têm cara ávida
Mas a professora sufragete
Maltrata as pobres datilógrafas bonitas
E detesta
The spring
Der Frühling
La primavera scapigliata
Há uma porção de livros pra ser comprados
A gente fica meio esperando
As campainhas avisam
As portas se fecham
É formoso o pavão?
De que cor é o Senhor Seixas?
Senhor Lázaro traga-me tinta
Qual é a primeira letra do alfabeto?
Ah!


Pau-Brasil (1926)

capital da república


Temperatura de bolina
O orgulho de ser branco
Na terra morena e conquistada
E a saída para as praias calçadas
Arborizadas
A Avenida se abana com as folhas miúdas
Do Pau-Brasil
Políticos dormem ao calor do Norte
Mulheres se desconjuntam
Bocas lindas
Sujeitos de olheiras brancas
O Pão de Açúcar artificial

ocaso

No anfiteatro de montanhas
Os profetas de Aleijadinho
Monumentalizam a paisagem
As cúpulas brancas dos Passos
E os cocares revirados das palmeiras
São degraus da arte de meu país
Onde ninguém mais subiu

Bíblia de pedra sabão
Banhada no ouro das minas



Um comentário:

  1. Teremos surpresas com tais excertos. é esperar a brevidade do tempo e colher semestes de sentido!

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