No limiar das narrativas: hibridismo e multilinearidade

Conforme disse a Camila dois posts atrás, o evento deste semestre será sobre narrativas híbridas e multilineares. Foi difícil encontrar um nome que definisse o nosso campo de estudos, porque, na verdade, ele é indefinível. Essa foi, aliás, a motivação para entrarmos nessa área. Como elaborar uma teoria para narrativas que não têm ordem nem padrão, narrativas que são muito diferentes entre si? Se for parar para pensar, cada obra exigiria uma teoria.

Mas é necessária uma ordem, ou antes uma coerência. Então vá lá: o que nos propomos é discutir narrativas que oscilam entre diferentes áreas e linguagens. Não são "novas" narrativas, porque algumas já existem há muito tempo: óperas e quadrinhos, por exemplo, são linguagens híbridas por natureza, e a própria literatura eletrônica tem origem na multilinearidade já existente em obras impressas.

Melhor do que falar sobre o que vamos estudar é mostrar. Segue abaixo uma reportagem que fiz para a Revista da Cultura sobre narrativas "diferenciadas". Ali estão alguns exemplos de obras contemporâneas e seus antecedentes, bem como discussões sobre se esse é (ou não) o futuro da literatura. Há depoimentos de Roger Chartier, estudioso da história do livro, e Michael Joyce, pioneiro da literatura eletrônica, dentre outros.

A reportagem faz parte da bibliografia indicada para os participantes do evento. Clique sobre a imagem para ler o texto.

Em tempo: escrevi também uma postagem sobre um soneto multilinear menos conhecido do Queneau (autor de Zazie no metrô).

Também destaquei em outra postagem alguns comentários de leitores da matéria, comentários que vieram a continuar a construção de conhecimento provocada pelo texto.

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