No próximo dia 14, o evento No Limiar
das Narrativas: Hibridismo e Multilinearidade tratará das interfaces entre
Jornalismo e Literatura. Luís Roberto Amabile e Moema Vilela, jornalistas,
escritores e mestrandos do PPGL, vão abordar especialmente o tal do “jornalismo
literário”, aquele tipo de texto jornalístico que se apropria de técnicas da
literatura e as utiliza para contar uma história não-ficcional, produzindo um
texto mais criativo e com preocupações estéticas. A partir de um olhar
diferenciado, tais textos se valem de procedimentos que não são sempre
encontrados nas narrativas jornalísticas.
Para dar uma ideia do assunto, eles preparam uma perspectiva histórica do
tema. Com aproximações entre movimentos e produtos de vários países e épocas,
vamos ver o que une trabalhos tão díspares como de Dickens, Balzac, Defoe e as
revistas Piauí ou Etiqueta Negra. O destaque fica para a metade final do século
XX, já que a interface entre métodos e técnicas do jornalismo e da literatura
ganhou ares de movimento entre os anos 30 e 60, a partir de jornalistas e
veículos norte-americanos que começaram a publicar amplamente matérias dessa
natureza.
Nomes como Truman Capote, Norman Mailer, Tom Wolfe, Joan Didion, Jimmy
Breslin e Gay Talese (foto: Fred Conrad) obtiveram um grande sucesso de público, em especial na
revista, mas também nos jornais diários. No Brasil, como conjectura Páginas Ampliadas, de Edvaldo Pereira
Lima, o “novo jornalismo” logo influenciou dois veículos lançados em 1966, a
revista Realidade e o Jornal da Tarde, que se destacaram por uma proposta
estética renovadora, embora o jornalismo literário de fôlego mais longo ganhou
força no país durante os anos setenta. Exemplos atuais ajudarão a problematizar
a questão, incluindo livros-reportagens e revistas contemporâneas, com
depoimentos também dos dois jornalistas sobre seus trabalhos em grandes
redações da mídia nacional e em veículos alternativos.
O encontro será realizado na Arena do Celin, 2º andar do prédio 8 da
PUCRS, às 17h30.
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